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quarta-feira, 26 de agosto de 2015

O VELHO FOGÃO À LENHA



O VELHO FOGÃO À LENHA
*
E resiste bravamente
O velho fogão a lenha
Embora mudança tenha
No modelo atualmente,
Saudades a gente sente
Das labaredas subindo
E da fumaça tingindo
As paredes da cozinha
Das comidas de mainha
Saudades estou sentindo.

*

Fotos e versos de Dalinha Catunda

terça-feira, 25 de agosto de 2015

O CAMALEÃO

O CAMALEÃO
*
Eu conheço lagartixa
Calango e camaleão
Tudo isso é comum
Pras bandas do meu sertão
Mas chegou a me assustar
Um bicho que vi chegar
Se arrastando pelo chão.
*
Passei a manhã inteira
Tentando fotografar
Às vezes chegava perto
E noutras a me afastar
Entre perto e distante
Confesso foi excitante
Eu consegui registrar.
*
Eu passei horas e horas
Acuando o animal
Apesar de perseguido
De mau não dava sinal
Depois que foi espantado
Ele correu um bocado
Pro lado do juremal.
*
Subiu no pé de Jurema
De lá não desceu por nada
Não espantou mesmo assim
A farra da passarada
Se era camaleão
Sua cor não mudou não
Fiquei então intrigada.
*
Fotos e versos de Dalinha Catunda


segunda-feira, 24 de agosto de 2015

EU E DOM SEBASTIÃO

EU E DOM SEBASTIÃO
*
Desenhei o meu castelo
No chão firme do sertão
Lá eu me faço rainha
Tenho sangue de Aragão
A lua é quem me retrata
Veste-me de ouro e prata
Em noites de emoção.
*
No alpendre o luar
Brilha depois do sol posto
Entre árvores a lua
Tece renda em meu rosto
No meu reino sou alteza
A rede embala a beleza
Nesse reinado reposto.
*
Não se pode ser rainha
Sem ter um rei ao seu lado
O meu já foi rei menino
Mas sumiu do seu reinado
Pra me encontrar no sertão
Ele é Dom Sebastião
Nos meus lençóis enredado.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda

terça-feira, 11 de agosto de 2015

NA ESTAÇÃO DA SAUDADE

NA ESTAÇÃO DA SAUDADE
*
Quantas histórias bonitas
Teve o trem em seu roteiro
Mas o descaso acabou
Com o trem de passageiro
Inda vejo o trem passar
Nos trilhos do meu lugar
Mas é apenas cargueiro.
*
Como não sentir saudades
Da vida no interior
Do trem que ia e voltava
Levando e trazendo amor
Do choro na despedida
Que havia em cada partida
Na face do sonhador.
*
Escuto um apito ao longe
É só imaginação
Pois nos trilhos da saudade
Balança meu coração
Em cada vagão lotado
A lembrança do passado
Sacode minha emoção.
*
As bancas das cafezeiras,
Bancos e bilheteria,
A sineta pendurada
Que no horário batia
Carreteiros de plantão
Disputavam na estação
Cada mala que descia.
*
Hoje as velhas estações
Testemunham a história
Da rede ferroviária
Que teve dias de glória
Conduzem nossa emoção
Quando apita a recordação
Sacolejando a memória.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

URUCUM OU URUCU


URUCUM OU URUCU
*
Urucu ou urucum
É o fruto do urucuzeiro
Tenho mais do que um pé
Plantado no meu terreiro
Ele além de ornamental
É também medicinal
Faz-se remédio caseiro.
*
O seu fruto é rico em cálcio
Fósforo e ferro também.
O chá feito das folhas
Várias serventias têm
Combate tosse e bronquite
E pra tratar hepatite
O chá é próprio e faz bem.
*
O chá para hemorroidas
Da vagem seca é feito
Quem já ingeriu garante
Que ele faz bom efeito.
Para matar vermes tente
Tomar o chá da semente
 O resultado é perfeito.
*
Semente, folha e Vargem.
Cada um tem sua função
Mesmo sendo natural
É bom ter muita atenção
E não tentar adotar
E a mezinha tomar
Sem boa informação.
*
Colorau nunca faltou
Lá em casa na comida
Era feito da semente
Que no óleo era metida
Para sua tinta soltar
Depois com fubá pilar
A mistura colorida.
*
Era usado pelo índio
Para o seu corpo pintar
Também como repelente
Ou bom protetor solar
Contra picada de insetos
Urucu tem mais trajetos
Vale a pena pesquisar.
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Fotos e versos de Dalinha Catunda