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terça-feira, 28 de maio de 2013

CASANDO CONVERSO

Bastinha Job e Dalinha Catunda
CASANDO CONVERSO
Não aprendi a casar
Não estava em meu currículo
Porém não acho ridículo
Este jeito de ser par,
Mas aprendi a rimar
E alinhavar o meu verso
E dentro deste universo
Eu pinto, costuro e bordo,
QUALQUER ASSUNTO EU ABORDO
SENDO OU NÃO CONTROVERSO.
Dalinha Catunda
*
Eu brinco com a redondilha
E sei glosar cada mote
Sei também pegar no pote
Sem precisar de rodilha
A duplinha na partilha
É medalha sem reverso;
No ritmo, eu alicerço
Com rima ruim, não concordo
QUALQUER ASSUNTO EU ABORDO
SENDO OU NÃO CONTROVERSO.
Bastinha Job

“Casando Converso” é mais uma interação da DUPLinha, formada por Bastinha Job e Dalinha Catunda.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O SONHO DE MARIA

O Sonho de Maria
*
Só pensava em casamento
A linda e pura Maria.
Vestido branco queria
No dia do juramento,
E firme no pensamento
Jamais mudou seu traçado
Com seu príncipe encantado
Ela subiu ao altar
E vive a comemorar
O sonho realizado.

*
Dalinha Catunda
*
Foto do acervo de Dalinha Catunda
Fiz esta fotografia no Museu vivo de Padre Cícero, na cidade de Juazeiro-CE.
O vestido faz parte dos objetos deixados na sala dos milagres, com ex-votos e fotos de pessoas que fizeram promessas.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

BARRO DO AGRESTE


BARRO DO AGRESTE
*
O barro tem sua história
E atravessa gerações
Inda hoje é encontrado
Porém em decorações
Ou nas feiras nordestinas
Que seguem velhas rotinas
Preservando as tradições.
*
Quem no nordeste nasceu
Quem no interior morou
Bebeu água de cacimba
Do caneco não escapou
Era gente sem fricote
Que bebia água de pote
E não nega que tomou.
*
Tomei água de quartinha
Penico cheguei a usar
Nossa louça era lavada
Dentro de um alguidar
O café era torrado
Em um caco apropriado
Costume do meu lugar.
*
Recordo a velha tacha
Nos banhos do meu rincão
Uma vasilha de barro
Que colocada no chão
Pro banho da meninada
De água era abarrotada
Puxada do cacimbão.
*
Era a panela de barro
Que cozinhava feijão,
Nela hoje inda se faz
Peixe cozido e pirão
Procuro na minha mente
E trago para o presente
Costumes do meu sertão.
*
Eu também fui modelada
Neste barro nordestino
Onde enterrei meu umbigo
Plantando assim meu destino
Viver distante do agreste
Sendo barro do Nordeste
Confesso não me imagino.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda